21 de agosto de 2014

À Conversa com... Gonçalo Kotowicz (The Quartet of Woah!)

O The Music Spot teve a oportunidade de entrevistar Gonçalo Kotowicz, guitarrista e vocalista dos The Quartet of Woah!, banda que viu recentemente marcada a sua passagem pelo Vagos Open Air por excelentes críticas à sua atuação. Aproveitámos, entre outras questões, para sabermos alguns pormenores do álbum que está a ser preparado pela banda.

TMS: O vosso disco de estreia foi um espantoso álbum conceptual. O segundo álbum, em que se encontram a trabalhar, será do mesmo género?
GK: Antes de mais obrigado por esta entrevista! O novo trabalho não será conceptual no mesmo sentido que o Ultrabomb foi, uma vez que não existe um livro, uma história em que nos tenhamos inspirado como no primeiro trabalho, mas tem um conceito no qual nos debruçámos para escrever os temas novos, chamemos-lhe uma ideia global que estará presente nos temas novos. O conceito é que para já fica só para nós!

TMS: Apresentaram recentemente "BackwardsFirstliners", um novo single que é uma autêntica parede sonora. Musicalmente, o que devemos esperar do vosso próximo LP?
GK: O "Backwardsfirstliners" não fará parte do novo disco, é algo que quisemos por cá fora como single órfão mais para oferecer algo aos fãs e que nos surgiu naturalmente num ensaio em que estávamos pura e simplesmente a curtir. Sentimos que tinha potencial e que era, em termos sonoros, algo diferente do que tínhamos feito no Ultrabomb sem perder o nosso cunho. Isso e a vontade de começar a tocar temas novos, levou-nos a ir ter novamente com o Fernando Matias e gravar o "Backwardsfirstliners". Do próximo disco creio que podem esperar mais rock com alguns devaneios que quisemos experimentar e explorar. A sonoridade será talvez diferente deste single, mas com o mesmo peso e certamente com a mesma intensidade em termos líricos.


TMS: Divides com o Rui Guerra (teclista da banda) os vocais nas canções dos TQOW. Como funciona o processo de composição?
GK: Desde o início que decidimos que ambos iríamos assumir as vozes principais não só por em anteriores projectos termos essa responsabilidade mas também por sentirmos que as nossas vozes casavam bem. Tínhamos também desde o início a ideia de apostarmos nas harmonizações e de chegarmos ao ponto de ser possível cantarmos todos dando assim uma riqueza harmónica maior às nossas canções. Em termos de composição não há uma regra concreta de quem assume a voz principal em cada tema, é mais a própria orgânica da canção, a nota em que está ou o tipo de ambiente que queremos criar. O Rui é tenor, eu sou barítono por isso é uma coisa mais ou menos natural. No single novo, por exemplo, era para ser o Rui a cantar tudo, mas depois experimentámos fazer o género de “pergunta/resposta” e achámos, lá está, que a música ficava muito mais rica.

TMS: De que forma é que o facto de praticar artes marciais interfere na energia que empregas na música?
GK: Interfere bastante para ser honesto, até porque encaro o Jujitsu e a música da mesma forma. Não consegues pular, correr, saltar para o chão vezes sem conta se não estiveres em boa forma física ou pelo menos lá perto. Alguns dos nossos concertos são de apenas 30 minutos, mas 30 minutos de grande intensidade e as artes marciais, no meu caso o Jujitsu, ensinaram-me a respirar, a não perder a energia toda logo no primeiro tema, a saber quando atacar e quando repousar. O resto é a nossa própria energia e o prazer que tiramos em tocar uns com os outros que nos faz colocar tanto na nossa música e a alegria e a energia com que o fazemos, deixa as pessoas entusiasmadas connosco.

TMS: O que pensas acerca de os Quartet serem considerados, enquanto banda de rock, uma das melhores atuações ao vivo em festivais de metal?
GK: Acho graça e deixa-me bastante feliz, claro! O primeiro festival que fizemos do género foi o Moita Metal Fest e a verdade é que estava um pouco receoso do que podia vir dali… porque somos rock, porque harmonizamos, por uma série de razões que vocês devem compreender, mas isso desapareceu logo assim que percebemos que a nossa música apela bastante aos fãs de Metal, talvez porque temos uma série de influências de bandas que são igualmente importantes para a música Metal ou talvez pela forma enérgica com que tocamos e gostamos de “partir tudo”. Recentemente no Vagos Open Air foi isso mesmo que aconteceu, nós chegámos e entrámos em palco a matar, porque é assim que tem de ser! É ótimo ler tudo o que tem sido escrito sobre nós nas reportagens desses festivais.

TMS: Sendo os TQOW uma das bandas que mais “rocka” em Portugal, porque achas que têm ainda tão pouca exposição nomeadamente nas rádios e nos grandes festivais?
GK: Bom, uma vez que o ano passado estivemos no SBSR e no palco principal da Festa do Avante, francamente já estava à espera que não estivéssemos nos grandes festivais deste ano, mas existem claro, outras razões para isso que nem tento perceber quais são… De qualquer forma temos a exposição em todos os outros onde estivemos este ano. Para as rádios percebo que seja mais complicado para além daquelas que nos continuam a apoiar como a Antena 3, a Super FM ou a RUC, porque não fazemos temas de três minutos e isso infelizmente é impeditivo em muitas estações. O facto de não termos uma grande máquina promocional como outras bandas da mesma dimensão têm, justifica e muito essa pouca exposição, por isso temos de nos fazer valer dos bons concertos e dos bons discos para continuar a cativar as pessoas. Trabalhar sempre mais, mais e mais.


TMS: Os The Quartet of Woah! vão apresentar-se a 6 de setembro no WoodRock Festival, em Quiaios, Figueira da Foz. Como será o show neste festival? Vão apresentar novo material aos fãs?

GK: O material do novo disco ainda não está pronto para ser tocado ao vivo, ainda faltam muitos pormenores para ser tocado já em setembro e nós não gostamos de apresentar as coisas coxas. Mas o "Backwardsfirstliners" já não sai do repertório!
Quanto ao que podem esperar para o show será muito rock, muito suor, muita diversão da nossa parte e para quem estiver a assistir. Será sempre assim, estejam 10 ou 10.000 pessoas à nossa frente.

O The Music Spot agradece a Gonçalo Kotowicz a sua disponibilidade para esta entrevista. Não percam a oportunidade de o ver com os The Quartet of Woah! em palco.

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